sábado, outubro 14







A
Cigarra e a Formiga


Tendo a cigarra, em cantigas,
Folgado todo o Verão,
Achou-se em penúria extrema,
Na tormentosa estação.


Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.

- Amiga - diz a cigarra -
- Prometo, à fé de animal,
Pagar- lhe, antes de Abril,
Os juros e o principal.


A formiga nunca empresta,
Nunca dá; por isso, junta.
- No Verão, que fazias?
Boa vida? - ela pergunta.


Responde a outra: - Eu cantava
Noite e dia, a toda hora.
- Oh! Bravo! - torna a formiga
- Cantavas?
Pois então dança agora!
Pois então dança agora!

Autor desconhecido

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